Assistimos: Abril e o Mundo Extraordinário

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4
On 17 de janeiro de 2020
Last modified:17 de janeiro de 2020

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Steampunk é um subgênero da ficção científica no qual sou apaixonado. Gosto muito da criatividade utilizada pelos autores, principalmente na construção dos universos. Devido essa minha fascinação pelo retrofuturismo, vez ou outra saio à procura de novas obras para assistir. Foi em uma dessas buscas que conheci Abril e o Mundo Extraordinário, meu assunto de hoje. Vamos nessa?

Carvão, vapor e sinopse:

Ambientado em 1941, numa França Steampunk que parou no Século 19, repleta de máquinas a vapor, duas torres Eiffel e governada por Napoleão VI, os cientistas desaparecem misteriosamente. Uma garota chamada Abril, vai em busca de seus pais cientistas desaparecidos.

Se é uma animação steampunk, me vejo obrigado a começar comentando sobre a ambientação. O longa entrega ao espectador uma Paris retrofuturista muito interessante. Os belíssimos cenários são repletos de metal e fuligem. A arquitetura mostra com clareza toda a industrialização daquela cidade. E por fim, falo da tecnologia extremamente criativa! Trabalho primoroso mesmo.

Para trazer esse clima industrializado e pessimista, a produção é permeada de tons cinzas e sombreados que representam muito bem esse mundo onde o carvão queima sem parar. Falando das cores, faço uma ponte para falar dos traços: para mim foi impossível não associar os mesmos a Tintim. Não conhecia o estilo do Tardi, mas foi uma surpresa muito agradável.

Contudo, não foram só os traços que me fizeram lembrar do Tintim. O estilo da narrativa também me soou muito familiar ao trabalho de Hergé. O enredo é ágil, engraçado, além de ter mistério, ação e um romance. Tais características tornam a experiência de assistir muito agradável. Também é possível associar essa aventura cheia de reviravoltas ao estilo Ghibli ou Disney de contar histórias. Em outras palavras, um bom “pipocão”.

Finalizando, falarei um pouquinho sobre as personagens. A protagonista Abril é uma personagem carismática e forte, que em sua construção, demonstra muito sentimento. Já os coadjuvantes, em sua maioria, são responsáveis por entregar os momentos cômicos da trama. Principalmente o gato Darwin e o delegado de polícia Pizoni.

Abril e o Mundo Extraordinário traz uma história divertida e envolvente. Considero sua construção de universo o maior ponto forte, mas isso não desmerece todo o trabalho restante. Talvez a única coisa que tenha me incomodado um pouco foi a rigidez nos movimentos da animação, mas fora isso é um longa excelente.