Ouro, Fogo & Megabytes, de Felipe Castilho, primeiro livro da trilogia O Legado Folclórico, se tornou minha nova leitura não apenas por se tratar óbvio do folclore nacional, pelo título interessante ou pela bela capa, ilustrada por Octavio Cariello. Mas sim, porque é um livro do Felipe Castilho. Este tornou-se o escolhido, após eu ler Serpentário, do mesmo autor. Mas fica tranquilo, caro leitor, que eu não vou falar de Serpentário de novo. Quer dizer… Só um pouquinho, até porque já estou falando rs.
O Vinicius já o resenhou por aqui, mas eu gostaria de expressar, rapidamente, meu carinho pelo livro. Assisti um Vinicius muito concentrado (o que é perfeitamente o normal dele rs) num livro que ele disse que leria devagar, mas leu em um dia e meio ou dois. Entre risos e “Caraca, Castilho…”, fui observando a cena e pensando que, um dia, não muito distante, eu pegaria esse livro pra ler. Bem, eu demorei bem mais do que dois dias pra ler e ainda bem! Nesse percurso, tive uns pesadelos com cobras, mas tá de boa rs! Vinicius disse que queria ver a minha cara, quando eu terminasse o livro, como se fosse o evento do ano. Chorei. Um cadinho. Hoje, confesso que sinto saudade dos personagens (Paulo, Caroline, Mariana, Hélio e seu Douglas, pai da Mariana rs) e sim, é um livro pra ser lido de novo, mas não vou forçar a barra agora. Como canta o bardo de Pilares “Deixa acontecer naturalmente”…
Voltando a falar de Ouro, Fogo & Megabytes, dá uma olhada nessa sinopse bem explicadinha, do tamanho de um boitatá boladão:
Como esconder uma suspensão escolar dos pais, resgatar uma criatura mágica das garras de uma poderosa e mal-intencionada corporação e ainda por cima salvar o país de um desastre sem precedentes?
Anderson Coelho, um garoto nada extraordinário de 12 anos, divide sua vida entre a pacata realidade escolar e uma gloriosa rotina virtual repleta de aventuras em Battle of Asgorath, jogo de RPG online em que jogadores do mundo todo vivem num universo medieval, cheio de fantasia. Lá, Anderson – ou Shadow, nome de seu avatar – tem vida de estrela: é o segundo colocado do ranking mundial. E são justamente suas habilidades que chamam a atenção de uma misteriosa organização, que o escolhe para comandar uma missão surpreendente junto com um grupo de ecoativistas nada convencionais.
Ao embarcar para São Paulo, Anderson mergulhará de cabeça em uma aventura muito mais fantástica que as vividas em seu computador. Os encontros com hackers ambientalistas, ativistas com estranhos modos de agir e muitas criaturas folclóricas oferecerão a Anderson Coelho respostas não só sobre sua missão, mas também sobre sua própria vida, enquanto um novo mundo se descortina diante de seus olhos.
Embarcar num livro e num videogame, ao mesmo tempo. É assim que o leitor começa a aventura em Ouro, Fogo & Megabytes, quando Anderson Coelho, conhecido na jogatina online Battle of Asgorath, como Shadow de Asgorath, me ensina primeiro os “macetes” para que a leitura possa fluir. Ele já manda logo um glossário com todas as abreviações e termos usados nas jogadas, pois o leitor entrará em contato com todos diálogos do chat dos players e, desta forma, a gente precisa entender a linguagem do BoA.
Nunca joguei RPG online, que é o MMORPG (Multi Massive Online Role Playing Game), mas fui procurar como seria um chat de jogos online e,o que me fora apresentado no livro, era a mesma estética. Apesar de não ser colorido (e eu até prefiro), dá para perceber os tons acinzentados que diferem cada jogador. Mesmo com esses recursos, a leitura flui muito bem, sem se confundir, até porque já é possível perceber marcas da “escrita do personagem” no chat.
Até o momento, só tive contato como os jogadores do chat : Bl@ckRider que, por enquanto, fica floodando; isso porque ele fica zoando o HeLLHaMMeR de ser paga pau do ShadowHunter, que é o líder do grupo e segundo lugar no ranking do BoA; EvilDEAD99 é o jogador que ainda não aprendeu as siglas ou macetes. Tem um outro personagem misterioso que entrou em contato com Anderson, sabendo coisas pessoais do jogador. Então, prefiro manter o mistério…
O livro contém ilustrações, mas são apenas para apresentar um novo capítulo. As mesmas, desenhadas por Thiago Cruz, são xilogravuras, que não são coloridas, é claro, e que conversa com a proposta folclórica do livro, pois ambos são marcas fortes da região nordeste (vale lembrar que existem lendas advindas de outras regiões do país).
Ainda estou no comecinho de Ouro, Fogo & Megabytes e, por isso, não quero falar muito não. É só um aperitivo desse primeiro livro da trilogia O Legado Folclórico, de Felipe Castilho. Ao que parece, este livro tem boas chances de se tornar aquele que, um dia, será lido novamente.
“Eu sou Groot” e professora. Adoro assistir filmes e séries; ler livros e HQs e “eu QUERIA fazer isso o dia todo”. Espero ter “vida longa e próspera”…