Lemos: Tiro – Pushkin Na Favela


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On 11 de outubro de 2021
Last modified:11 de outubro de 2021

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Em comemoração ao seu primeiro ano, o financiamento coletivo Clube da Caixa Preta nos presenteou com a tradução livre e afrocentrada do conto russo de Alexandre Pushkin. Tiro: Pushkin Na Favela foi uma leitura que resolvi fazer, logo após a leitura de Disparo, a tradução original. Agora, se eu gostei?! Me segue que eu te conto!

Em comemoração ao seu primeiro ano, o financiamento coletivo Clube da Caixa Preta nos presenteou com a tradução livre e afrocentrada do conto russo de Alexandre Pushkin. Tiro: Pushkin Na Favela foi uma leitura que resolvi fazer, logo após a leitura de Disparo, a tradução original. Agora, se eu gostei?! Me segue que eu te conto!

Mas, antes de disparar para o texto, a sinopse:

No morro, um respeitado ex-fuzileiro, depois de não bater de frente um homem que o desafiava, viu seu posto de ‘mais velho’ e honrado dentre dos demais ir por água abaixo. Porém, uma carta vinda de longe, lhe trouxe uma notícia capaz de mudar os rumos de sua vida, de outras pessoas e de trazer de volta sua ‘pose de durão’.

Acho que eu nunca tinha lido uma versão afrocentrada de alguma obra. Pelo menos, não me recordo. Tiro: Pushkin Na Favela foi a primeira e uma grata surpresa. Que leitura maravilhosa! Se não gostei de uns pontos em Disparo, como um primeiro incômodo com o fato de não ter nomes de personagens e lugares, ou ainda, por não ter ido de acordo com a ideia inoportuna do personagem principal, nesta versão afrocentrada tais dívidas foram completamente sanadas, apesar da supressão de nomes ter permanecido.

Esta tradução livre e afrocentrada feita por Paterson Franco Costa é excelente! Para quem lê um Tiro logo depois de Disparo, sente que não tiveram mudanças drásticas, que a essência do conto de Alexandre Pushkin está ali em cada página, só que com a ambientação, personagens, expressões, gírias tudo nosso, inclusive, aquelas palavras de origem africana que usamos (pelo menos eu uso muito), como muxoxo, muamba e quizumba.

Tiro: Pushkin Na Favela é bem mais interessante. Parece que a leitura te abraça e sua mente diz (?) “Pronto! Agora sim!”. Não que a leitura do conto original de Pushkin não seja fluida, mas é que com esta versão afrocentrada feita por Costa, a leitura ficou muito mais envolvente, de forma que não quis para de ler, um entusiasmo que permaneceu, mesmo já sabendo do final da história.

Trazendo uma versão afrocentrada e mais envolvente, pelo menos para esta leitora que vos fala, a Editora Escureceu acertou em cheio neste presente aos apoiadores do Clube da Caixa Preta. Pelo menos, eu vi e li Tiro: Pushkin Na Favela como um presente. Foram duas traduções excelentes de Paterson Franco Costa que, inclusive, acrescentou uma nota prévia ao conto, ao contar-nos sobre a encruzilhada na qual se viu na tarefa de traduzir este conto russo de forma afrocentrada. Parabéns à Editora Escureceu!