Recentemente, anunciamos que a Jambô Editora começou a lançar os romances de Dungeons & Dragons em formato digital. Com essa nova possibilidade de leitura, finalmente tive acesso ao livro Pátria, primeiro volume da Trilogia do Elfo Negro. Sem mais enrolações, depois de ter devorado o livro, cá estou para falar sobre essa história ambientada no famoso cenário Forgotten Realms.
Mas antes, vamos ver a sinopse:
Status é o paradoxo do mundo do meu povo, a limitação do poder pela própria sede de poder. É obtido através de traição, e convida à traição contra aqueles que o obtiveram. Os poderosos em Menzoberranzan passam seus dias olhando para trás, para se defender das adagas apontadas para suas costas. Suas mortes geralmente vêm pela frente. — Drizzt Do’Urden
Este clássico best-seller do New York Times inicia a história de um dos personagens mais intrigantes da literatura de fantasia. Acompanhe o elfo negro Drizzt Do’Urden no começo de sua busca por seu destino no sombrio mundo abaixo da superfície.
O começo do livro já mostra toda a sua potência, porque antes mesmo do protagonista surgir, já temos uma batalha incrível. A partir daí, além de saber que vai rolar muitos confrontos, o leitor já é presenteado com a forma fluida que R. A. Salvatore descreve os seus combates. Sua escrita transmite os movimentos, estratégias e passa muita tensão em determinados momentos.
Contudo, tal aspecto não resume o livro só à pancadaria. Esse ponto é um modo de introduzir o leitor à cultura drow (dos elfos negros) e a caótica cidade de Menzoberranzan. Pode-se destacar que além de ser uma obra que trata a origem de um personagem, ela também está interessada em apresentar o seu universo.
Nessa introdução ao universo dos drows, conhecemos o funcionamento de sua sociedade: clãs, castas, religião, filosofias, costumes, etc… Assim como a geografia, fauna e flora do subterrâneo. Contudo, não espere descrições tolkienianas, porque Salvatore parece partir do princípio que o leitor já conhece D&D. Porém, se você não conhecer, tá super de boas, pois tudo é bem amarrado e serve como um ótimo ponto de partida.
Voltando à sociedade dos elfos negros, como bem disse a sinopse, ela é pautada em status, poder e traição. Nessa cultura de crueldade, se estabelece toda a problemática, porque o protagonista, Drizzt Do’Urden, surge como um contraponto a tudo isso.
Como todo bom herói do gênero, é visível desde o seu nascimento que Drizzt é especial e está destinado a grandes feitos. Sendo invencível nas batalhas físicas, o protagonista vive o seu maior conflito no campo emocional. Confesso que, durante a sua evolução na trama, me incomodei muitas vezes com a inocência dele. Não é nada que atrapalhe a experiência, mas achei que foi posta de uma forma exagerada.
Tendo essa dicotomia “bem x mal” muito acentuada, a obra é capaz de abrir diálogos bastante interessantes. O mais marcante é, sem dúvida, como as dinâmicas de poder de uma sociedade pode corromper os sujeitos e como pode ser difícil ser exceção à regra. Há outras questões que eu gostei muito, mas como seria chuva de spoiler, melhor deixar para outra ocasião.
Além de ser uma excelente leitura, A Lenda de Drizzt Vol. 1 – Pátria é um prato cheio para alimentar as suas ideias em aventuras de RPG. Para mim, a obra foi uma grata surpresa, porque eu não sabia quase nada sobre os drows, mas agora quero ler tudo. Agradeço muito à Jambô pela oportunidade de conhecer o livro e recomendo que você, que me lê, também o faça.
* Adquira também o seu exemplar nos formatos: físico, digital ou o combo (físico + digital).
Aka Joe. Professor de linguagens místicas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, profissional de estudos psíquicos na Escola Xavier para Jovens Superdotados, amador na arte de grafar e consorte da Bel. Entusiasta dos bardos, contadores de histórias, sábios, estrategistas, aventureiros, tabernistas e bobos da corte.