Assistimos: Doutor Sono

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3
On 29 de janeiro de 2020
Last modified:29 de janeiro de 2020

Summary:

O Iluminado de Stephen King é uma das grandes obras da literatura de terror, assim como sua adaptação de 1980, dirigida por ninguém mais, ninguém menos que Stanley Kubrick teve um impacto gigantesco sobre a cultura pop. Apesar de King odiar a adaptação, eu (e muitos outros) a considero um título indispensável do gênero! Mas e quanto a Doutor Sono? Será que é a sequência é boa? Demorei para assistir, mas agora que vi, segue as impressões de um ser que não leu o livro.

Mas antes, “muito trabalho e nenhuma sinopse fazem de Jack um garoto chato”:

Na infância, Danny Torrance sobreviveu a uma tentativa de homicídio por parte do pai, um escritor perturbado pelos espíritos malignos do Hotel Overlook. Já adulto, traumatizado e alcoólatra. Danny se estabelece em uma pequena cidade, onde consegue um emprego no hospital local. Sua paz, porém, está com os dias contados a partir de quando cria um vínculo telepático com Abra, uma menina com poderes tão fortes quanto aqueles que ele bloqueia dentro de si.

Por ser uma sequência, o início do longa já nos presenteia com algumas cenas que acontecem logo após aos eventos de O Iluminado. Ilustrando um pouco da infância de Danny Torrance, o roteiro começa a trabalhar a questão dos traumas. A partir daí, a trama nos leva a sua vida adulta, onde ele recorre ao álcool para esconder as feridas e fugir dos fantasmas (literalmente) de seu passado. Achei esse ponto muito certeiro e com metáforas fantásticas.

Contudo, nem tudo é tão certeiro assim, porque na minha opinião, as personagens do longa foram um pouco mal aproveitadas (desperdício de elenco). Aí, você me pergunta “por quê?” e eu te respondo: Danny Torrance demora muito para assumir o seu lugar como protagonista; o Verdadeiro Nó se resume praticamente a Rose, porque fora ela, há destaque, no máximo, para dois membros de sua equipe. Entretanto, temos Abra, uma personagem bastante interessante e que entrega uma cena de confronto que é f**a demais!

Outra coisa que me desapontou um pouco, foi que o filme passa longe de ser o terror que eu esperava. A trama é uma aventura cujo cerne é a batalha do bem conta o mal. Há alguns momentos mais tensos? Sim! Principalmente no ato final, mas justamente nessa parte senti uma quebrada de clima, porque era muita, mas muita referência.

Se eu acho referências ruins? Claro que não! Meu “problema” é que essa homenagem ao trabalho do Kubrick me fez ter aquele sentimento de “já vi isso antes” e ao invés do pavor, vinha um “eita p***a, que f**a!”. A atmosfera de O Iluminado está ali com seus movimentos de câmera, cenário e até cenas. Tudo muito legal, mas não levei um susto e não senti nenhuma agonia. Mas isso pode ser um problema meu, né?

Enxergo Doutor Sono como um filme que não atendeu a minha expectativa. Em outras palavras, não é de todo mal, mas poderia ser mais. A expansão do universo de O Iluminado soa interessante, mas confesso que o mistério de antes era o suficiente para mim. Talvez o problema da minha expectativa, tenha acontecido por eu não ter lido o livro, vai saber. No mais, é um bom filme para quem busca uma aventura de ação e não um “terrorzão”.