Lemos: A Flecha de Fogo

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5
On 6 de dezembro de 2019
Last modified:17 de janeiro de 2020

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Há quatro meses, eu resenhava O Inimigo do Mundo (que tem uma nova edição linda, inclusive) e anunciava para quem lia que já começava a leitura de O Crânio e o Corvo. De fato, comecei, mas como #Tormenta20 vem aí e eu não quero tomar spoiler, tive que dar uma pausa e ler um “tijolão” chamado A Flecha de Fogo. Se valeu a pena? Bem, me acompanhe.

Mas antes da flecha, disparo a sinopse:

Uma antiga profecia esconde a última esperança de um povo… E a ruína de outro.

Ele está chegando.

A profecia nos avisou que, com o eclipse, viria o Arauto da Destruição, tingindo os campos de vermelho. Ele já destruiu o Reino dos Elfos com seu exército de monstros. Só existe uma coisa que pode detê-lo, mas ninguém sabe o que é.

Passei minha vida toda estudando a profecia. Todos nós dedicamos cada minuto a tentar decifrá-la, em busca de uma arma, de uma esperança. Mas a última barreira caiu e ele está chegando.

A sombra da morte cobrirá nossos reinos, a menos que alguém responda a pergunta que nos atormenta desde o início.

O que é a Flecha de Fogo?

Antes de mais nada, vale ressaltar que a flecha de fogo foi um mistério por 20 anos. Então imagina o quanto esse livro foi aguardado pelos fãs de Tormenta. A premissa por si só já é grandiosa! Contudo, se você não conhece nada do cenário, pode ir sem medo, porque o livro vai te apresentar tudo o que você precisa. A ponto de você ficar como os fãs mais antigos: querendo saber logo que flecha é essa!

Essa apresentação é rica em detalhes e posta de forma naturalmente perfeita na narrativa. Para os marinheiros de primeira viagem à Arton é um prato cheio, porque o protagonista explica sobre a sua cidade, deus que é devoto, posição na ordem em que está inserido e o principal: a Aliança Negra. O mais legal de tudo é que essa introdução à trama passa longe de ser enfadonha, porque Corben é um protagonista muito interessante.

Falando da Aliança Negra, o seu aprofundamento é sem dúvida alguma, o ponto mais incrível da obra. Acho que Lamnor nunca foi tão bem explorada em Tormenta. Ouso a dizer que quase tudo que fora falado sobre a cultura goblinóide foi novo. Talvez eu esteja falando besteira, porque meu conhecimento sobre Tormenta se resume aos livros de RPG, mas sinceramente não lembro de ter visto nada tão rico sobre o continente sul.

Neste aprofundamento sobre os ditos vilões, Caldela ilustra que toda guerra tem dois lados. Então acredito que assim como eu, em vários momentos você vai ficar divido sobre quem é malvadão ou não. Na minha opinião, ficou difícil de tomar essa decisão, porque a narração é feita em primeira pessoa. Confesso que até agora eu sigo sendo o “insentão”, hahahaha.

Com suas 736 páginas, A Flecha de Fogo é um livro obrigatório para os amantes da fantasia medieval. Nessa obra, senti que Leonel trouxe uma narrativa diferenciada dentro do gênero, mas sem ignorar o que nos agrada tanto. No mais, sigo dizendo que Caldela é o melhor escritor de fantasia da atualidade. E se você ainda não leu, faça isso, por favor.

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