Assistimos: Logan

Foram quase dezessete anos vendo Hugh Jackman na pele de Wolverine. Durante esse tempo foram muitos erros e acertos nas adaptações, e um protagonismo meio que exagerado do personagem. Logan veio como uma promessa de redenção e de uma despedida digna ao papel. Será que ele cumpriu o prometido?

Em 2029, o mundo já não é mais o mesmo para os mutantes: não existem mais os X-Men e há muitos anos não nasce alguém com o “gene x avançado”. Nesse futuro, conhecemos um Logan diferente do que vimos antes: seu poder de cura já não é mais o mesmo, problemas com alcoolismo e ganhando a vida como motorista. Sua única preocupação era cuidar do Professor Xavier (que nessa altura é um idoso muito doente), quado uma desconhecida o pede para levá-la até a fronteira canadense junto com uma garota chamada Laura. Logan recusa a princípio, mas como o dinheiro era tentador, ele acaba aceitando. O que ele não imaginava é que a garota era um clone seu e que uma galera nada simpática estava atrás dela, forçando Logan a entrar em combate mais uma vez, mesmo tendo inseguranças se conseguiria ou não.

Violento: esse é o adjetivo que se encaixa em qualquer parte do filme! A primeira cena nos mostra o que eu sempre quis ver: as garras de um dos metais mais poderosos do universo Marvel cortando pessoas sem dó! É sessão de soco com garras pra fora, sangue pra todo lado, perfuração, decepação… Isso só no começo, meus amigos! É pé na porta e soco na cara, mostrando para o que o filme veio! E esse tom “Tarantino” é mantido durante todo longa sem perder o ritmo! Até a menina é altamente sanguinolenta! Ouso a dizer que nunca vi um filme de herói com tal pegada, simplesmente fantástico!
Mas não é só para o sangue vão os meus aplausos: o filme trabalha a personalidade de Logan como nunca fora feito antes nas telas. Todo aquele ar de lobo solitário do personagem está potencializado e estampado não só em seus atos, mas também em sua face. A fraqueza física do personagem é uma mera coadjuvante se colocada ao lado de suas cicatrizes emocionais. Logan perdeu tudo e não quer mais se apegar a nada, ele não suporta mais ter perdas e se culpa por todas que sofreu. Xavier mesmo não estando lá muito bem das ideias, é a voz que diz a ele que ainda há vida, que Laura pode ser o recomeço.
Os laços afetivos dos personagens vão se construindo conforme as adversidades ocorrem no enredo, que embora simples, é coeso e linear. A trama traz antagonistas que não são lá tão amedrontadores. O inimigo aqui são as condições já ditas antes: física e emocional de Logan. O que nos faz voltar à batalha interior que é travada durante todo o filme. Esses sentimentos de negação ao amor e medo são moldados em uma trilha sonora e fotografia impecável.
Antes de finalizar minhas impressões sobre o filme, eu tenho que falar da dublagem: Isaac Bardavid fez um trabalho espetacular! Há muito tempo não via uma dublagem tão característica dos antigos filmes de ação, só que dessa vez com inúmeros palavrões. É o proibidão do Wolverine da saudosa Fox Kids, hahaha.
Logan é um filme que nos faz vibrar nas lutas e se emocionar de diversas formas em suas situações e dilemas. Na minha opinião é o maior acerto da Fox desde que eles entram nessa empreitada mutante e sim, Hugh, você se redimiu e sentimos muito que você está indo embora depois desse acerto espetacular.