Lemos: Doutor Estranho – O Juramento

Vou começar esse texto com uma confissão: antes do filme, antes de Benedict Cumberbatch ser anunciado como o interprete, antes mesmo da adaptação ser cogitada, eu nunca tinha escutado falar de Doutor Estranho (Doctor Strange). Sim, uma vergonha pra fã uma de quadrinhos, fã da Marvel, falar uma coisa dessas [Tudo bem… Desonra! Desonra pra toooda a sua família! Desonra pra tu; desonra pra tua vaca… Deson–]. Mas eu posso me explicar: só decidi me aprofundar nesse universo, nesse hobby, quando eu realmente tive certa condi$$ão (é com “ç”, mas entendedores, entenderão).

Doutor Estranho – O Juramento foi a primeira graphic novel que li sobre o ex-cirurgião, hoje O Mago Supremo [Contemplem o Magoooooo… Com seus PODEREEEEEES!!!], Doutor Stephen Strange e confesso (tô confessando tudo hoje) que me surpreendeu. Na coleção da Salvat, das graphic novels que já chegaram e eu li todas, que eu me lembre, Doutor Estranho aparece em Demolidor – A Queda de Murdock, Hulk – Contra o Mundo e Fantastic Four – O Fim. Só não vou descrever suas aparições nesses quadrinhos, pois ambos são spoilers gigantes e já falando disso já é “meio spoiler”. Mas em Doutor Estranho – O Juramento, de Brian K. Vaughan, Stephen Strange precisa investigar uma tentativa de assassinato a ele mesmo e o roubo do antídoto que pode salvar a vida de seu fiel companheiro, Wong. Mesmo debilitado, Wong ingressa nessa misteriosa e perigosa  investigação, auxiliando seu amigo, junto com a Enfermeira Noturna (não sei se é a Claire…), uma mulher que costuma atender, de forma urgente, os super-herois em situações de ferimentos graves.

O tom sombrio e investigativo presente em Doutor Estranho – O Juramento é algo que me prendeu à leitura, que fluiu rapidamente. É um quadrinho com cenas fortes e diálogos fortes, que me impactaram com um tom sério e imersivo, principalmente, nos diálogos entre médicos e pacientes. Quem já assistiu o filme sabe que Doutor Estranho era um médico muito egocêntrico, bem “mauricinho” meRmo (perdão aos “Maurícios”) que atendia apenas àquelas pessoas que tinham muita grana para custear seus serviços. Com essa atitude, muitos pacientes eram deixados de lado com bastante frieza, apenas aguardando o chamado da morte.

Outra coisa que me surpreendeu em Doutor Estranho – O Juramento foi o desenho de Marcos Martín. Com aquele estilo cartunesco, de traços finos e com muito movimento, os desenhos lembram o Doutor Estranho desenhado por Steve Dikto nos anos 60. Cada linha expressa com perfeição as transformações sequenciais nas reações dos personagens, mostrando situações de dor e sofrimento, por exemplo, ou a movimentação do Manto de Levitação do personagem.

E, como sempre, fazendo referência ao antigo nome da Marvel Comics, a Timely aparece como a empresa que sempre “f*%& com os rolê”. Dessa vez, ela é citada como Timely Farmacêutica, empresa que patenteou o remédio Timelozar (Por que será que ela patenteou, né?!) que Wong necessita para evitar os desmaios, impossibilitando a produção de genérico$.

Com tom investigativo e sombrio, Doutor Estranho – O Juramento é uma HQ excelente pra quem gosta de muito mistério e de seguir pistas, a fim de tentar descobrir quem é o responsável pela vilania da trama. Esse é um elemento que me prendeu bastante à história, a qual prescrevo, sem restrições, a todos vocês.