Lemos: Arqueiro Verde – O Espírito da Flecha (Partes 1 e 2)

Oliver Queen era um personagem dos quadrinhos que eu não conhecia muito. Sim, eu só o via no desenho da Liga da Justiça, sabia que ele tinha um terê-tetê com a Canário Negro , que era rico e… Nada mais. Depois veio a série de TV Arrow, que comecei a assistir, descobri que ele foi jogado ao mar por alguém corrupto, foi parar numa ilha e retornou “pistola” à Star City, sendo o pesadelo dos criminosos. Mas confesso que cansei rápido demais. Agora, colecionando graphic novels é que pude realmente me inteirar a respeito do personagem.

Para tal, penso que comecei com uma boa história, uma vez que ela fala um pouco do passado de Oliver. Em Arqueiro Verde – O Espírito da Flecha (Partes 1 e 2), com o roteiro de Kevin Smith, Oliver Queen é um homem morto. Ao que tudo indica, ele morreu ao evitar que uma bomba fosse implantada por terroristas sobre a cidade de Metrópolis e, para isso, ele sacrificou a própria vida para salvar milhões de pessoas. Mas isso era o que todos pensavam: O Arqueiro Verde reaparece “vivinho da silva”!

Queen mora com um senhor muito simpático chamado Stanley Dover, numa mansão que Oliver pensa em ser bem sofisticada e atual, o que é um grande equívoco. Stanley, que o ajuda custeando todo o equipamento (flechas diferenciadas) usado em suas missões, projetou uma mansão com muitas quinquilharias, móveis e equipamentos bem antiquados, simplesmente para que o Arqueiro não entrasse em colapso. Tudo porque Oliver Queen não era o mesmo. Ele voltou sem as memórias, esquecendo tudo que aconteceu há dez anos, ou seja, esqueceu até que ele já morreu (eu sei que é doidêra ler isso, mas…) e voltou com uma aparência mais jovial.

Quando seus amigos mais chegados descobrem (a Liga da Justiça), todos surtam com o que vêem. Oliver questiona, por exemplo, o fato de existir novos membros na Liga, pessoas mais jovens com os uniformes do Lanterna Verde e do Flash. Porém, o único que teve a coragem de abrir o jogo com o Arqueiro foi o Batman.

Juntos, eles começam uma investigação para descobrir o que aconteceu com Oliver, como conseguiu retornar (provavelmente do mundo dos mortos), o motivo do retorno com a aparência mais jovial e com perda de memória recente. Por conta disso, o Arqueiro Verde é perseguido por muitos demônios, sendo um deles já bem conhecido pelo Homem-Morcego.

O quadrinho tem toda uma questão séria, ainda mais porque mexe com a morte de um membro da Liga da Justiça. Mas o quadrinho também tem momentos bem engraçados. O nível cômico é bem dosado e fica por conta do protagonista. Os diálogos dele com quem quer que seja, me levaram às gargalhadas algumas vezes. Oliver é muito “reclamão” e piadista na dose certa. Fora que o Batman e sua seriedade excessiva, já me faz rir naturalmente em determinados momentos.

Acho que é um quadrinho prazeroso de ler, que prende o leitor, porque a história é realmente intrigante e vai soltando pistas aos poucos, o que me deixou naturalmente ansiosa. Na segunda parte da história, eu fiquei um pouco confusa para acompanhar e entender o que tinha acontecido com Oliver Queen (fiquei mais confusa do que a Liga da Justiça), tendo que voltar em algumas falas e, se não me engano, até em outras páginas pra compreender.

Os desenhos de Phil Hester são lindos! Os traços são grossos, com um sombreado bem marcado, que dá mais movimento ao desenho e se encaixa no tom sombrio e misterioso da história. Esse sombreado marcava bem o rosto dos personagens e realçava suas expressões. O colorista Guy Major também acertou nas escolhas de tons que combinassem com os “momentos” de Oliver no quadrinho.

Toda graphic novel da Eaglemoss/ DC Comics tem um quadrinho extra no final da história-tema, que tem a participação do protagonista da história. Na parte 1, nós temos um quadrinho do Batman  The Brave and the Bold 85, onde ele se une ao Arqueiro Verde para capturar o atirador que baleou o novo senador de Gotham City. Na parte 2, temos a Flash Comics 86 & 92 é um quadrinho em que a Canário Negro é tida como bandida por uns e heroína por outros, devido a seus “roubos”.

Arqueiro Verde – O Espírito da Flecha (Partes 1 e 2) é altamente recomentada pra quem curte ficar intrigado com uma história beeeem louca e misteriosa, que tem aqueles momentos de leveza com um humor na dose certa.