Lemos: Homem-Aranha – Azul

No meu último texto postado aqui, sobre a CCXP17, comentei sobre o estande da Salvat e suas promoções. Assim, que entrei lá, perguntei sobre a graphic novel do relançamento daquela quinzena, que seria Homem-Aranha – Azul: tinha esgotado. Fiquei pensando em como somente aquela graphic teria acabado. E não era só pelo motivo de ser a HQ da quinzena. Tinha vários clássicos lá, mas só essa que não tinha mais. Pensei: ela deve ser boa pra caramba então… Me enganei. É MARAVILHOSA!

Amo o Cabeça de Teia. Acho que já expressei aqui sobre a minha preferência por ele. Já me emocionei com ele outras vezes, mas em Homem-Aranha – Azul, não me contive e chorei. Com o roteiro de Jeph Loeb, qualquer um iria se emocionar com cada palavra de Peter, pois todas elas eram voltadas para sua querida e eternamente amada Gwen Stacy. Ela (e não Mary Jane) foi seu primeiro e grande amor. É acredito que não seria spoiler nenhum dizer que Gwen morreu, tragicamente, pelas mãos do Duende Verde. Essa é uma das maiores dores de Peter, pois era um relacionamento que tinha TUDO pra dar certo, pra ser eterno. Nessa HQ, vemos como eles se apaixonaram e como ele tinha que enfrentar vários vilões para, enfim, poder estar ao lado de sua amada.

Essa é uma HQ que trata de sentimentos. A todo momento, Peter narra toda dor da sua perda, através de gravações de áudio para Gwen Stacy. É um desabafo, um misto de boas lembranças, de remorso, de pesar, de muito “e se”, mesmo que não tenha dito. A cada  página, o leitor se identifica com os sentimentos de Parker e o impacto de suas “primeiras vezes”: quando percebe seu crush lhe encarando e, consequentemente, suas pernas “virarem geleia”; quando seu amor lhe dirige a palavra; quando estava quase desistindo de comprar algo, mas se decidiu, depois de imaginar ser uma possibilidade de chamar atenção de seu crush e CONSEGUIR; quando você descobre, através de um(a) amigo(a) que o sentimento do crush é recíproco e, o mais gostoso, quando acontece a revelação dos sentimentos, com um beijo… Ah, é muito BOM! O ruim é sentir tudo isso, vindo de Peter Parker, juntamente com a carga da não existência disso tudo hoje em dia. A gente fica na bad meRmo, por conta da tristeza nas palavras dele.

A morte de Gwen não causou impacto apenas na vida do Homem-Aranha, como também na vida de seus amigos, como Mary Jane, hoje sua esposa. Segundo ele, a perda fez com que MJ amadurecer rápido demais, devido ao impacto de perceber que a eternidade não nos pertence. Isso fez a ruiva por os pés no chão e deixar de acreditar que TUDO na vida é festa e comemorações, algo que os jovens, em sua maioria, demoram a perceber.

Homem-Aranha – Azul é uma história lindíssima, uma perfeição, mesmo que saibamos que a tristeza e saudade regem esse enredo. A arte dessa HQ, que ficou por conta de Tom Sale, também é maravilhosa e lembra muito às do John Romita (principalmente o cabelinho dos Osborn), dando um complemento às lembranças de Peter Parker. Tudo isso te fará mergulhar nos sentimentos do Garoto Aracnídeo, te deixará impactado, de tão imersiva e fará você “suar pelos olhos”. Essa é uma daquelas HQ’s apaixonantes para se ter, ler e reler!