Um título altamente interessante, propondo algo perigoso e inimaginável, mas que realmente aconteceu. Infiltrado na Klan tem coisas que pode atrair o espectador, mas será que o filme é tão bom como parece ser? Se infiltra nesse artigo comigo, que eu te conto!
Mas, antes vamos ao resumo dos fatos:
“Em 1978, Ron Stallworth, um policial negro do Colorado, conseguiu se infiltrar na Ku Klux Klan local. Ele se comunicava com os outros membros do grupo por meio de telefonemas e cartas, quando precisava estar fisicamente presente enviava um outro policial branco no seu lugar. Depois de meses de investigação, Ron se tornou o líder da seita, sendo responsável por sabotar uma série de linchamentos e outros crimes de ódio orquestrados pelos racistas.”
A história é sensacional, convenhamos. O indivíduo tem que ser muito corajoso para se infiltrar na Ku Klux Klan, uma “organização” (os membros da KKK se referem a mesma apenas pelo nome “organização”, não pronunciando o real nome) completamente racista e tentar demonstrar que tem os mesmos ideais do grupo. Mas o ápice da coragem, foi ser negro e trocar mensagens e experiências com os líderes por telefone, dando o seu nome e endereço reais… Sim, Ron Stallworth chegou a conversar com o David Duke (você ouviu falar dele por aqui, no Brasil, nas eleições presidenciais), um dos mais famosos líderes. Tudo para fazê-los pagar pelos seus vários crimes de ódio.
Sendo um filme com um roteiro que nos parece tão interessante e intenso, imagina-se que o mesmo terá um ritmo alucinante, com muita pancadaria, tiroteios… Só que não. Tudo em que o filme é baseado em fatos, mas ele é puramente investigativo, com alguns lances cômicos e sem muita ação (esta última, acabou se intensificando mais para o final mesmo).
As atuações de John David Washington, Laura Harrier, Adam Driver e Alec Baldwin foram ótimas, mesmo que o filme tenha sido paradão. Vale ressaltar que, mesmo que o filme seja uma adaptação, o diretor Spike Lee pode fazer algumas alterações, com o aval do autor no caso, no caso, o próprio Ron Stallworth. Portanto, Spike inseriu alguns personagens que não existiam na história original.
Quanto às cenas reais que aparecem no filme poderiam ser inseridas de outra forma. Porém , se era para realmente chocar, independente do que fosse mostrado, o diretor conseguiu.
Infiltrado na Klan é um filme bom, que aborta tema do racismo fortíssimo nos anos 70, mas dando aquela “cutucada” para mostrar que as coisas, infelizmente, não estão muito diferentes (vide os acontecimentos de 2017). A dica é não ir assisti-lo com tanto entusiasmo (assim como eu fui) de que será um filme com muita ação, porque não será assim.
“Eu sou Groot” e professora. Adoro assistir filmes e séries; ler livros e HQs e “eu QUERIA fazer isso o dia todo”. Espero ter “vida longa e próspera”…