O “grandão ex-malvadão dos games” está de volta! Depois de demorar um tanto para chegar em solo brasileiro, finalmente fomos assistir WiFi Ralph: Quebrando a Internet e cá estou para falar minhas impressões. Insira a ficha para descobrir se eu detonei (desculpe o trocadilho) a animação!
Mas como vocês já sabem, antes tem que ter a sinopse: “Ralph, o mais famoso vilão dos videogames, e Vanellope, sua companheira atrapalhada, iniciam mais uma arriscada aventura. Após a gloriosa vitória no Fliperama Litwak, a dupla viaja para a world wide web, no universo expansivo e desconhecido da internet. Dessa vez, a missão é achar uma peça reserva para salvar o videogame Corrida Doce, de Vanellope. Para isso, eles contam com a ajuda dos “cidadãos da Internet” e de Yess, a alma por trás do “Buzzztube”, um famoso website que dita tendências“.
Vou começar falando sobre o que mais me incomodou: o roteiro! Toda a problemática inicial da trama flui de forma meio preguiçosa e tudo se resolve muito rápido. “Precisamos entrar na internet”, feito! “Agora vamos no Ebay”, na mão! “Onde está aquele produto?” Ali! E assim vai. Entretanto, o longa não tem dificuldades de criar diversas reviravoltas para os protagonistas, mas ainda assim achei tudo muito arrastado.
O que continua fantástico é a forma que a produção retrata os ambientes. Se no primeiro o universo dos games foi retratado de forma criativa, o segundo leva essa criatividade além para mostrar como seria o interior da internet. O longa traz a internet com uma grande metrópole, o buscador como alguém carente e desesperado para adivinhar o que você quer, os pop-ups como aqueles ambulantes gritando nas calçadas da cidade, e ainda imagina como seria a deep web (tema curioso para um filme infantil, mas ok, né?).
Outra fórmula boa que foi mantida é o uso de personagens de outras produções. Só que dessa vez, a Disney ousou brincar consigo mesmo e construiu o que eu achei sendo arco mais divertido do filme. Quando a Vanellope vai parar no site da produtora, ela esbarra com diversos personagens de propriedades do estúdio: Marvel, Pixar, Star Wars e o tão compartilhado encontro com as princesas, que vai além daquela cena (que já é legal) e resulta em sátiras incríveis!
O último ponto que me chamou a atenção foram as mensagens que o filme passou. Se no seu antecessor o foco era a nostalgia dos arcades e autoaceitação, agora o longa trata das dinâmicas das amizades e até que ponto elas podem ser prejudiciais e abusivas. Outra coisa bem legal é que a brincadeira com o ambiente virtual dá margem pra uma reflexão dos nossos comportamentos nas redes e como as pessoas podem ser tóxicas nas interações. Ao meu ver, mensagens muito legais para essa molecada tão conectada.
Apesar da narrativa cansativa, WiFi Ralph: Quebrando a Internet traz a criatividade divertida da franquia para “explicar” como funciona a internet e, ao meu ver, faz isso com muita qualidade em meio às referências e mensagens que fazem até nós “barbados” refletirem. Se ainda não viu, tira um tempo e vai lá!
Aka Joe. Professor de linguagens místicas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, profissional de estudos psíquicos na Escola Xavier para Jovens Superdotados, amador na arte de grafar e consorte da Bel. Entusiasta dos bardos, contadores de histórias, sábios, estrategistas, aventureiros, tabernistas e bobos da corte.