Assistimos: Pachamama

Review of: Pachamama

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4
On 13 de julho de 2020
Last modified:13 de julho de 2020

Summary:

AH, PACHAMAMA...

A Mãe Terra, na herança cultural das civilizações andinas, Pachamama, é a deusa da fertilidade, que traz prosperidade e sustento à terra e aqueles que nela residem. Pachamama também é o título da animação da Netflix, lançada em 2018, que nos foi indicada por uma professora da faculdade. Esse nome diferente nos instigou a assisti-la, juntamente a um poster tão cheio de cores vibrantes, com um traço, ao meu ver, único e belo. Agora, para saber ser essa animação é bela em sua totalidade, você terá que me acompanhar nesse texto. Vamos lá?!

AH, PACHAMAMA…

A Mãe Terra, na herança cultural das civilizações andinas, Pachamama, é a deusa da fertilidade, que traz prosperidade e sustento à terra e aqueles que nela residem. Pachamama também é o título da animação da Netflix, lançada em 2018, que nos foi indicada por uma professora da faculdade. Esse nome diferente nos instigou a assisti-la, juntamente a um poster tão cheio de cores vibrantes, com um traço, ao meu ver, único e belo. Agora, para saber ser essa animação é bela em sua totalidade, você terá que me acompanhar nesse texto. Vamos lá?!

Mas antes, vamos à singela sinopse da Netflix:

Uma estatueta sagrada é roubada de uma aldeia andina, e um rapaz aventureiro que sonha em se tornar xamã parte na missão de recuperá-la.

Tepulpaï é um menino que vive um pequeno povoado, cujo desejo é tornar-se xamã um dia, apesar de lhe faltar um pouquinho de disciplina. Mas, durante uma cerimônia de oferenda à deusa Pachamama, Tepulpaï demonstra ainda não estar pronto para dar o próximo passo para ser um líder do povoado, mas sua amiga Naïra tem grande êxito. Após a cerimônia, um cobrador de impostos do Império Inca rouba um artefato sagrado para a aldeia e é aí que surge uma nova oportunidade de Tepulpaï demonstrar ser capaz de tornar-se o futuro xamã da aldeia, ao tentar recuperar a Huaca.

A animação é pequena, durando um pouco mais de um hora. Tudo o que citei no parágrafo anterior ocorre bem no início mesmo da trama, o que deixa o espectador bem preso a ela para saber o que Tepulpaï irá fazer para levar a Huaca de volta ao povoado. Mas se teve algum ponto negativo nessa rapidez, na minha opinião, foi não terem apresentado melhor os personagens. Não fiquei sabendo, por exemplo, quais eram os pais de Tepulpaï e Naïra, se eram órfãos, se tinham irmãos… Enfim, isso fez com que eu não sentisse envolvimento com o personagem. Mas talvez isso não ocorra com uma criança assim espero. Foi tudo muito rápido, quase como o tempo que levei para escrever esse parágrafo…

A arte de Pachamama tem um diferencial: parece ter sido esculpida em madeira, ao invés de ser um animação computadorizada. E não, isso não é, de forma alguma, uma crítica negativa, pois não estou falando de movimento. Tive essa impressão, na estrutura dos rostos dos personagens e também quando estes são mostrados ao longe (imagem abaixo). Isso deu uma linda identidade ao desenho, dialogando com a temática do mesmo. A animação é uma linda aquarela. Os animais, principalmente os pássaros, são compostos por muitas cores quentes, com desenhos que as deixam em grande destaque nas cenas. Até mesmo a lhama, que era bem branquinha, tinha adornos em seu pescoço, nas patas e orelhas, cujas cores eram bem fortes, como o vermelho e laranja.

Por falar em crianças, o público alvo dessa animação, elas terão em Pachamama, além do entretenimento, uma forma de aprender sobre colonização, uma vez que nunca houve na história uma civilização foi colonizada de forma de forma pacificadora, como se “aprende” em alguns livros. A desigualdade social, que ocorria quando os grandes lhes cobravam impostos, mesmo que isso lhes custassem a própria oferenda ou suas reservas de comida. Sem falar na luta de um povo colonizado para manter viva suas tradições e o fato de serem escravizados pelos colonizadores.

Apesar de faltar um pouco mais de informações sobre os personagens, Pachamama é uma animação não-hollywoodiana, sendo franco-luxemburguês-canadense, que apresenta beleza e enredo capazes de encantar e, ao mesmo tempo, educar crianças, ensinando-os o passado de outros povos e, pelo menos, um pingado da realidade nas colonizações. Além disso, mostra o respeito à natureza e como a relação do homem com ela pode e deve ser positiva, de forma que ele não venha a interferir de forma negativa na mesma. É uma aventura e tanto que entretém e ensina a todos. Recomendo!