Reimaginar origens de personagens bem consolidados é um caminho ousado e interessante. Quando se põe ideologias políticas no meio, mais ainda! Digo ousado, porque nem sempre essas releituras caem no gosto do público, mas no caso da HQ Superman: Entre a Foice e o Martelo, sabemos que houve um bom recebimento. Porém, o assunto de hoje é a adaptação feita a partir dela. Será que atingiu as expectativas? Vem comigo se quiser saber as minhas impressões.
Antes da revolução, vamos ver a sinopse:
Imagine uma realidade em que o o herói mais poderoso do mundo não cresce em Smallvile, Kansas e nem sequer na América…
A premissa do Superman sendo criado em uma fazenda ucraniana e depois se tornando um dos símbolos da União Soviética é no mínimo interessante, não acha? Se você não conhece o material, acredito que vai achar que ela foi bem aproveitada. Contudo, se você leu o quadrinho, talvez não tenha essa opinião. Mas como essa não é uma resenha de comparação, sigamos.
Na minha opinião, o aspecto visual é o maior acerto da produção. Se compararmos com as últimas animações do estúdio, é possível perceber que o traço está menos oriental e mais próximo do Bruce Timm. Não que o estilo anime me incomode, mas também curto essa pegada norte-americana (saudosismo, talvez). Contudo, há inserções de elementos em 3D que me causaram um certo desconforto. Ficou meio “nada a ver, irmão”.
Saindo do que mais me agradou e indo para o que me agradou em partes, vamos para o roteiro. Achei o começo da história muito bem trabalhado, mas depois o negócio acelera de um jeito bizarro. O longa encontrou um problema de sempre: muita coisa para contar em pouco tempo. Resultado? Parece que tudo foi “mastigado” para o espectador entender; personagens como Batman, Mulher Maravilha e Lanterna Verde sendo pouquíssimos aproveitados (parecem até easter eggs); e esse mau aproveitamento também se faz presente na mensagem.
Isso porque toda a questão do capitalismo vs comunismo foi tratada de forma muito superficial. A sensação que passa é que independente de qual ideologia você sinta mais afinidade, a animação vai parecer rasa. Esperava algo mais reflexivo (como no quadrinho)… Enfim, problema das minhas expectativas.
Superman: Entre a Foice e o Martelo adapta os quadrinhos de forma razoável. Talvez seja melhor do que eu esteja falando aqui, mas como disse anteriormente: “problema das minhas expectativas”. Ainda assim, recomendo que você assista sem esperar grandes reflexões, porque a proposta certamente é outra.
Aka Joe. Professor de linguagens místicas na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, profissional de estudos psíquicos na Escola Xavier para Jovens Superdotados, amador na arte de grafar e consorte da Bel. Entusiasta dos bardos, contadores de histórias, sábios, estrategistas, aventureiros, tabernistas e bobos da corte.