Assistimos: Entre Facas e Segredos


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4
On 12 de fevereiro de 2020
Last modified:12 de fevereiro de 2020

Summary:

Se tem um filme do qual tinha curiosidade de assistir ultimamente é Entre Facas e Segredos. Primeiro que é um filme de mistério, história detetivesca, que gira em torno da morte de um personagem importante para outros tantos personagens da trama. E o segundo motivo é que um filme com tantos atores f%#@$ não tem como ser ruim, né (não tô lembrando de nenhum do tipo, mas, enfim)?! O filme, indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original, foi (e está sendo) muito comentado. Mas será que tendo um baita time de atores e tudo mais, eu estava certa na minha previsão de "não ter como ser ruim"? Me acompanhe, por favor!

Se tem um filme do qual tinha curiosidade de assistir ultimamente é Entre Facas e Segredos. Primeiro que é um filme de mistério, história detetivesca, que gira em torno da morte de um personagem importante para outros tantos personagens da trama. E o segundo motivo é que um filme com tantos atores f%#@$ não tem como ser ruim, né (não tô lembrando de nenhum do tipo, mas, enfim)?! O filme, indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original, foi (e está sendo) muito comentado. Mas será que tendo um baita time de atores e tudo mais, eu estava certa na minha previsão de “não ter como ser ruim”? Me acompanhe, por favor!

Antes de irmos aos fatos sem spoilers, vamos repassar o caso:

Depois de fazer 85 anos, Harlan Thrombey, um famoso escritor de histórias policiais, é encontrado morto. Contratado para investigar o caso, o detetive Benoit Blanc descobre que, entre os funcionários misteriosos e a família conflituosa de Harlan, todos podem ser considerados suspeitos do crime.

Desde quando Entre Facas e Segredos foi exibido num determinado festival de cinema que tenho ouvido falar que o diretor Rian Johnson fez desse filme uma homenagem à famosa escritora de histórias policiais, Agatha Christie. E sim, ele fez! Esse filme tem um “Q” de Assassinato no Expresso do Oriente, a começar pelo detetive Benoit Blanc, que é uma referência à Hercule Poirot, detetive das histórias de Christie. Outra coisa é a quantidade de personagens: são muitos os envolvidos na misteriosa morte (assassinato ou suicídio) do escritor de histórias policiais (hahahahahahaha adorei isso), Harlan Thrombey. Três filhos (um morreu, mas tem a nora), com seus respectivos cônjuges; três netos, sendo um de cada filho, uma empregada e uma cuidadora. É muita gente envolvida! Agora, se tem muito amor envolvido nessa família, aí já são outros quinhentos… Milhões.

Já que é tanta gente assim, vou me limitar a falar dos personagens que gostei. Detetive Blanc (Daniel Craig) tinha um jeito diferente de falar e agir, parecendo meio enrolado no proceder, mas muito astuto e observador (hahaha, óbvio, né). Gostei muito de sua interação com a cuidadora Marta Cabrera (Ana de Armas), que passou a ser o “Watson” na investigação, mesmo já tendo a ajuda do tenente Elliot (LaKeith Stanfield), que tinha as melhores expressões e do assistente Wagner (Noah Segan). Linda Drysdale (Jamie Lee Curtis), que era uma a filha de Harlan tinha as melhores reações, principalmente, quando excluía a cunhada Joni Thrombey (Toni Collette) e esta se via perdida, o que era bem engraçado. Mas tenho que reconhecer, por mais que eu não quisesse, que Ransom Drysdale (Chris Evans), neto de Harlan, é também o meu “malvado favorito”. Muito se falava desse personagem, mas tenho que admitir que o playboyzinho tem as melhores reações possíveis aos chiliques dos familiares (lê-se gente que come merda). Harlan Thrombey (meu lindo e eterno Capitão Von Trapp, de A Noviça Rebelde, Christopher Plummer) me cativou por ser o senhor rico que é sugado pela família, mas se torna lúcido o suficiente para dar umas “cortadas” afiadas e necessárias nos seus “vamparentes”. Parece até que previa algo e amei a sensatez dele.

A fotografia do filme é maravilhosa! Os jogos de câmera casam perfeitamente com momentos de suspense, junto à trilha sonora. As cenas noturnas, sempre continham tons muito fortes de alguma ou várias cores. Inclusive, o filme é muito colorido e forte, sempre com cores muito quentes, por mais que o mesmo tenha um cenário outonal.

Entre Facas e Segredos tem vai e vem na linha temporal extremamente necessário, visto que precisa recapitular os acontecimentos e as ações dos suspeitos. Mas, por vezes, isso me incomodou um pouco e me causou certa confusão, por acontecer de repente e por haver uma troca de personagem bem sucinta em cenas idênticas. Mas eu entendo, porque é necessário estar atendo a filmes do gênero. Outra coisa interessante é como o filme abordou temas como a xenofobia, por exemplo, pois a cuidadora Marta era uruguaia, mas os integrantes da família suspeita se referiam a ela como mexicana ou brasileira, dizendo que mesmo assim ela era “como se fosse da família” e com uns papos de serem contra a entrada de imigrantes nos EUA, poisos Estados Unidos tem que ser para os americanos apenas.

O final do filme é uma mistura de simples e óbvio, mas, ao mesmo tempo, também transmite algo grandioso. Essa grandiosidade vem à tona, quando você observa toda a perfeição que situações em torno da morte de Harlan, da função e posição de cada personagem na trama, juntamente com a indagação de Benoit Blanc, sobre quem foi seu contratante. As circunstâncias da morte do escritor Harlan são meio que solucionadas no início da trama, mas a todo momento você acaba suspeitando de todos, exceto dos investigadores, é claro.

Com um roteiro ótimo e que te deixa apreensivo, num misto de “Ah! Já saquei!” com “Ué?! Não, peraí…” Entre Facas e Segredos te faz mergulhar aos poucos na trama e, sem que você perceba, acaba sendo seduzido(a) por um personagem ou outro, mesmo que você acabe acreditando, por um momento, que ele(a) possa ser o assassino(a) do Sr. Thrombey. Vale lembrar que o filme foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro e não foi à toa, né! Dá pra rir, roer as unhas ou os dois ao mesmo tempo rs. Filmaço!